SÉRIE ESPÍRITO OLÍMPICO

Martine Wright: Vencendo um atentado

Seis de julho de 2005: Londres era eleita cidade sede dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2012. No dia seguinte, muitos londrinos esperavam comentar no trabalho sobre a escolha de sua cidade. Dentre eles, Martine Wright, que comemorou a decisão até tarde na noite anterior e saiu atrasada para o trabalho. Mas 07 de julho de 2005 teve a comemoração substituída pelo terror. Três bombas explodiram na rede de metrô da cidade às 8h50 da manhã. Minutos depois, um ônibus também era alvo do atentado.

Foram 52 mortos e 700 pessoas feridas, incluindo Martine Wright, que ao chegar com pressa por conta do atraso entrou num vagão que não era o habitual. Um vagão atingido pelas explosões. Numa longa batalha pela vida, Martine teve duas pernas amputadas, perdeu 80% do sangue do corpo e durante 10 meses passou por cirurgias frequentes.

Sete anos depois, ainda em Londres, Martine Wright era ovacionada numa quadra de vôlei dos Jogos Paralímpicos. A nova jornada começou após ouvir histórias sobre paratletas. Empolgada ela começou no tênis, mas não se sentiu a vontade com a cadeira de rodas. Queira algo em que ela pudesse ser ela:

“Quem não conhece a modalidade pode achar que usamos cadeiras de rodas, mas não. Não usamos. Somos nós, nosso corpo e o chão. Preciso apenas dos meus braços para jogar. É como uma libertação”, disse Martine em entrevista publicada pelo site esportivo globoesporte.com.

Volei
Martine sacando durante a Paralímpiada de Londres. (Foto: Murray Sanders/Daily Mail)

Nas quadras o esforço de Martine Wright não foi suficiente para garantir uma medalha nos Jogos de Londres. Mas, logo na foto acima, reparou no número da camisa dela? A escolha do número 7 não foi por acaso. Como o dia que mudou sua vida foi 07/07, Martine quis mostrar para o mundo que em sua vida aquele atentado está vencido.

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