SOBRE

CARTA DE FUNDAÇÃO DO MAIORIA DO BEM

Salvador,  20 de junho de 2016

 Prezados leitores,

As informações que recebemos exercem papel crucial sobre a maneira como olhamos o mundo. E a era da informação pede um novo olhar sobre os fatos. Ela torna fundamental noticiar aqueles que têm atitudes exemplares. Para entender o porquê, se faz necessário recorrer à história do jornalismo.

Quando Johannes Gutenberg combinou o conceito da máquina de cunhar moedas com a larga escala das prensas que espremiam uvas para produção de vinho, o mundo nunca mais foi o mesmo. Surgia a prensa tipográfica, tecnologia que permitiria um enorme avanço na circulação de conteúdo jornalístico. Séculos depois, durante a Revolução Industrial, a invenção se tornaria mecanizada, em um momento oportuno, no qual as pessoas migravam para as cidades e a informação se disseminava mais rapidamente com o advento do telégrafo.

Na época, o interesse popular não se distanciava muito do local onde se vivia, assim como a cobertura da imprensa. Havia por parte da população uma visão praticamente completa da rotina de sua sociedade, cabendo a imprensa destacar os fatos mais relevantes. Tempos depois, os correspondentes passaram a ser mais utilizados. No Brasil, por exemplo, um célebre caso foi a cobertura de Euclides da Cunha na Guerra de Canudos, que originou o livro Os Sertões: campanha de Canudos (1902).

Mais tarde, com as Guerras Mundiais, o olhar da imprensa e da sociedade passou a dar maior atenção ao que acontece no mundo. Assim, passamos a olhar aonde o alcance da nossa visão já não conseguia mais ir sozinho e a imprensa torna-se ainda mais fundamental. Logo o jornalismo também se tornaria mais presente, quando passa a adaptar-se ao rádio e posteriormente a televisão, mantendo a busca pelo relevante com uma linguagem própria aos novos meios de comunicação.

O mesmo fato ocorreu com o advento da internet, que tal qual a prensa tipográfica à sua época, possibilita uma disseminação de informações sem precedentes. Todavia, a produção desse conteúdo foi democratizada. Assim, além da função de levar nosso olhar aonde nosso campo de visão não alcança, a imprensa passa a ter um relevante papel de curadoria de conteúdo, dada a sobrecarga de informações existente. Em vista disso, o nosso conceito de sociedade que há dois séculos possuía uma visão ampla, agora depende quase completamente da imprensa.

Diante de tantas mudanças, apesar de se adaptar a novos meios de comunicação, o jornalismo não se reinventou. Seguiu com grande empenho no nobre papel de noticiar aquilo que acontece de mais relevante, de investigar e ser os olhos da população sobre questões de interesse público, apesar de alguns veículos ainda usarem o sensacionalismo como modo de gerar audiência. Todavia, raramente busca os fatos corriqueiros que a vida em sociedade proporciona.

Gentilezas e atitudes louváveis que séculos atrás poderiam ser percebidos rotineiramente, hoje parecem estar extintas, uma vez que é desproporcional a quantidade de vezes que nosso ‘radar pessoal’ capta cortesias com o volume de informações negativas – porém relevantes – que nos impacta diariamente nos noticiários. Isso torna comum um sentimento de desgosto com os rumos da humanidade e a opinião é de que não há mais jeito para esse mundo.

O Maioria do Bem surge com a missão de cobrir essa lacuna. Respeitando a tradição e os valores que trouxeram o jornalismo até aqui e devem continuar, mas complementando a visão de mundo das pessoas com um olhar sobre aquilo que existe de positivo e que pouco tem sido noticiado. Tenho a convicção de que ao veicularmos notícias onde pessoas têm atitudes exemplares, incentivamos cada leitor a acreditar que as mudanças que o mundo precisa começam a partir de atitudes que cada um de nós pode tomar.

Por mais relevantes que sejam certos acontecimentos causados por quem comete delitos, eles não podem ofuscar as ações de quem faz parte da grande ‘Maioria do Bem’. Quem por suas atitudes merece ser notado, mas não conseguia ser notícia, agora terá espaço nessa página, que começa como um pequeno raio de luz, mas se fortalecerá ao longo do tempo, mostrando quem é a mudança que quer ver no mundo.

Lucas Coutinho

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